escrevo o que sinto.

Monday, June 28, 2004

conceitual

me sinto como se estivesse morto
um brás cubas neurótico
espécie de herói que morre no final
fonte de energia intimista
e as soluções parecem tão simples
conselhos, julgamentos, máximas, fórmulas
gosto do que não está escrito
da menor possibilidade
linguagem não-verbal em absoluto
só o teu jeito
o impulso
a vontade enorme momentânea
de trocar toques nas partes sensíveis do corpo
durante o beijo
você sorri
e
eu
sinto
que é só respirar


Friday, June 04, 2004

a conveniência do discurso

a mente prega peças
nos entregamos pelos mínimos gestos
distraídos é o que somos
pense no seu dia
dia
a
dia
tudo te distrai
te desvia do curso
o vício mascarando a virtude (Ver Sade)
usamos as coisas, pessoas e circunstâncias
até que percam o gosto bom que tinham antes, chiclét
nosso discurso é conveniente
programado
ridículo
somos artistas e dos bons
em protagonizar shows de nós mesmos
compramos e vendemos
sentimentos
parasitas
a gente troca de corpo-alvo
como se trocasse de canal
de programa
pessoas são programas
e
programas
têm
duração